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Mostra fortalece relação entre Psicologia e movimentos sociais


Publicado em: 21 de setembro de 2012
Créditos: CRP SP
Fotos: CRP SP

Mostra fortalece relação entre Psicologia e movimentos sociais O compromisso da Psicologia com as lutas sociais organizadas na sociedade está sendo reiterado durante a 2ª Mostra com a presença de representantes de organizações que integram esta grande atividade. No segundo dia do evento, uma visita guiada aos dois pavilhões do Anhembi mostrou toda a diversidade da Psicologia brasileira. Vivemos um momento em que é extremamente necessária a aproximação entre movimentos sociais que buscam a igualdade e a Psicologia. Isso é uma grande novidade para mim. Nós, que trabalhamos com as pessoas mais vulneráveis da sociedade, sabemos que, independente da ideologia, a rede de psicólogos que atuam na atenção à estas pessoas é grande. E esta parceria é fundamental para que a gente avance na conquista de direitos. A luta social acontece em diferentes frentes, afirmou Justina Cima, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). Após as apresentações iniciais, o grupo seguiu para a praça de países de língua portuguesa, onde, além de conhecerem os trabalhos destas regiões, puderam conversar um pouco com profissionais de Moçambique e Angola que estavam no local expondo seus trabalhos. Na sequência, a visita rumou para a Praça Latinoamericana para conferir os pôsteres dos 11 países que estão participando da Mostra. As praças com os trabalhos do Brasil também estavam no roteiro e o grupo pode comprovar a riqueza das práticas dos profissionais brasileiros. O envolvimento da Psicologia com os movimentos sociais está dentro da visão ampla de tratar a sociedade sob a ótica da igualdade e da defesa de Direitos Humanos. Acredito que isso é uma mudança de paradigma, disse Mário Cabral, do Movimento Indígena. O grupo também ficou por dentro do funcionamento das ocas e, logo após, se dirigiu para o Pavilhão Norte, onde conheceu os espaços temáticos e passou pela experiência do espaço Wladimir Herzog, dedicado aos direitos humanos. A psicóloga Luciana Dias, que atua na organização AVANTE, que trabalha com processos de formação e que atualmente integra a secretaria executiva da Rede Nacional Primeira Infância, contou que, quando começou sua militância social, chegou a sentir a perda de sua identidade de psicóloga, porque a relação entre prática e luta social não era clara e tãopoco, reconhecida. Eu vejo essa aproximação da Psicologia com os movimentos com muita felicidade. Já estava inscrita na Mostra para participar como profissional e fiquei surpresa quando me chegou o convite para estar aqui como representante oficial da minha organização social. Essa é uma discussão que avançou muito. É ótimo ressignificar a atuação da Psicologia neste setor. A 2ª Mostra vai impulsionar e fortalecer este processo e esta discussão, acredita ela que afirma ainda que vai voltar para Salvador, na Bahia, com muito a compartilhar com seus alunos na universidade. A Psicologia é uma área de atuação e de conhecimento que visa pensar no ser humano e em seu bem estar. Mas vivemos em uma sociedade que insiste em criar formas de opressão e de injustiça que impede que cada pessoa viva sua vida plenamente. Então, fico muito feliz por ver o CFP e todo o Sistema Conselhos envolvidos nas lutas sociais, desenvolvendo parcerias e entendendo estas estruturas de dominação que, muitas vezes, são invisíveis, afirmou Alexandre Ciconelo do INESC (Instituto de Estudos Socioeconômicos). Para a Conselheira do CFP, Marcia Mansur, esta aproximação com movimentos é importante porque a Psicologia é uma área que deve se estender a toda a sociedade e dialogar com movimentos sociais. A Mostra vai ajudar muito a fortalecer esta relação que já vem sendo construída ao longo do tempo, finalizou Márcia. Neste ultimo dia de Mostra Nacional, outros dois grupos com representantes de movimentos irão fazer visitas guiadas na Mostra.