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Leia proposta construída pelo núcleo do Grande ABC da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) sobre a Formação de Professores de Psicologia segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais d


Publicado em: 5 de fevereiro de 2015
Créditos: CRP SP
Fotos: CRP SP

Leia proposta construída pelo núcleo do Grande ABC da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) sobre a Formação de Professores de Psicologia segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais de 2011 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PSICOLOGIA SEGUNDO AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DE 2011 Proposta construída no núcleo da ABEP no Grande ABC As Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia estabelecem normas para o Projeto Pedagógico Complementar na Formação de Professores de Psicologia (Resolução CNE/CES 5/2011) e nos coloca a necessidade de pensarmos a respeito de diversas questões: Que desafios estão colocados na educação atual? Que professores queremos formar? Qual o papel do professor de psicologia no sistema educacional brasileiro? e Quais as dificuldades encontradas por esses profissionais na sua atuação pedagógica? Nossa premissa é uma escola, pública, laica, gratuita e de qualidade.  Somente com essas garantias conseguiremos diminuir a exclusão social, que o nosso sistema educacional ainda hoje reproduz. Um professor de psicologia para contribuir nesse processo, deve, a partir do conhecimento específico da área, ser capaz de discutir a sociedade na qual estamos inseridos, os aspectos da vida escolar e das características dos indivíduos, articulando os aspectos históricos e sociais que promovam a reflexão e a crítica, de forma a preparar os alunos não apenas para o mundo do trabalho, mas para o exercício da cidadania. Numa compreensão de que o conhecimento é a base para uma atuação consciente e de que o homem é ao mesmo tempo produto e produtor das suas relações sociais, sua sociedade, seu tempo histórico, suas lutas e conquistas, entendemos que cabe ao professor de psicologia contribuir para o pleno desenvolvimento dos estudantes. A proposta de estruturação curricular, contida no documento em questão, prevê que sejam oferecidas aos futuros professores 500 horas de conteúdos específicos, além da realização de 300 horas de estágios, com práticas diversificadas. É ressaltada a necessidade de que a elaboração do Projeto Pedagógico Complementar à Formação de Psicólogo esteja sustentada por premissas que permitam a construção e a defesa de políticas públicas de democratização e melhoria da educação em nosso país. A partir dos eixos estruturantes, além da necessária articulação entre os conhecimentos específicos da área psicológica e os da prática educativa, da didática e da metodologia de ensino; devem-se oferecer oportunidades para que o futuro  professor se  conscientize da importância  de seu papel social na garantia  de uma educação e de uma sociedade inclusiva e na formação de jovens também conscientes de seu papel nesta mesma sociedade. O documento sugere ainda que a formação garanta o compromisso do futuro professor com as transformações sociais e políticas pertinentes às demandas que marcam a realidade da educação formal e não formal, reforçando que a organização escolar, a gestão e a legislação de ensino no Brasil devem ser passíveis de análise crítica para a compreensão e proposição de políticas públicas pertinentes e integradas. Para que todas essas análises e reflexões possam se efetivar - além do desafio das licenciaturas de preparar professores capazes de contribuir para um país mais democrático e igualitário - é necessário que esses profissionais tenham espaço para sua atuação. E se, por um lado, o MEC institui a obrigatoriedade das licenciaturas nas instituições de ensino superior, paradoxalmente os professores de Psicologia constatam que a cada dia se reduz seu espaço de atuação nas redes públicas de ensino médio. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394 (LDB), promulgada em 1996, construída para se adequar às novas exigências da Constituição de 1988, não contempla o ensino da Psicologia como disciplina obrigatória, tão pouco considera seu conteúdo como domínio necessário para o desenvolvimento do educando no ensino médio, porém, embora não tenhamos espaço garantido no ensino médio regular, em cinquenta por cento dos cursos médios técnicos e profissionalizantes, cerca de 18000 distribuídos pelo país, há disciplinas ou conteúdos específicos de psicologia e,  muitas vezes,  estes postos estão sendo assumidos por  docentes de outras áreas. Os alunos que cursam Licenciatura em Psicologia (optativa dentro do currículo) nem sempre  encontram espaço de atuação no mercado de trabalho. Mudar esta realidade não é tarefa fácil e implica, de um lado, rever a LDB com todas as dificuldades inerentes, por outro, o empenho dos profissionais e das instituições de Psicologia para abrir espaço de docência nas escolas, assegurando que a ciência psicológica conta com uma fundamentação teórica e metodológica capaz de contribuir para a formação do jovem cidadão. Ressaltamos que, lutar pela inserção do professor de Psicologia no ensino médio não é um ato corporativista, mas a busca por integrar a contribuição da Psicologia no processo de apropriação dos bens culturais, a fim de aprimorar nosso sistema educacional, no intuito de uma sociedade mais justa.