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Por que o CRP SP esteve presente na Marcha da Maconha?


Publicado em: 27 de maio de 2015
Créditos: CRP SP
Fotos: CRP SP

Por que o CRP SP esteve presente na Marcha da Maconha? No último sábado, dia 23 de maio, o CRP SP juntou-se aos manifestantes da Marcha da Maconha de São Paulo 2015. Com o mote: Pela Liberdade dos nossos presos em memória aos nossos mortos - #legalize, mais de 20 mil pessoas marcharam pela legalização das drogas e contra a guerra às drogas. A atual política proibicionista só traz preconceito, estigma, hipocrisia, prisões, violência, desinformação, moralismo, além do impedimento do uso medicinal de algumas substâncias, corrupção, entre outras consequências nefastas para toda a população, mas principalmente a população jovem, negra e periférica. As milhares de pessoas, organizadas em diferentes pequenos blocos ou dispersas entre a caminhada marcharam pelo controle da qualidade das substâncias, pelo acesso a informação sobre drogas, por um tratamento sem estigmas, por políticas públicas de redução de danos, pelo avanço em pesquisas científicas, pelo direito ao plantio e pelo direito de escolha com relação a seu próprio corpo. Com uma faixa que pedia: Por uma política de drogas antimanicomial e antiproibicionista: mais cuidado e menos guerra o CRP SP se juntou a Marcha junto a outras duas entidades: a REDUC e a ABRAMD. Num claro questionamento à política do estado de São Paulo que combina o que há de mais conservador e autoritário no campo da saúde mental - tecnologia de controle dos indesejáveis pelo confinamento compulsório, repressão sem cuidado, polícia sem acolhimento e práticas sem articulação. A participação do CRP SP nessa atividade corrobora com as diversas deliberações sobre o tema tiradas no VIII CNP (Caderno de deliberações). Além dessas deliberações, também foi aprovada uma moção de repúdio a atual política de drogas proibicionista, importante de ser relembrada a toda categoria: Nós, delegadas(os) presentes no VIII Congresso Nacional da Psicologia, repudiamos o atual gerenciamento da política de drogas no país - baseado no proibicionismo e na internação compulsória das pessoas que fazem uso abusivo e/ ou problemático de substâncias psicoativas (SPAs) - por entender que a proibição das drogas tem sido o argumento principal para a criminalização da pobreza e os consequentes extermínio e encarceramento massivo da juventude pobre e negra. Defendemos, em contrapartida, a descriminalização das SPAs e a garantia dos direitos das pessoas que fazem uso dessas substâncias, inclusive de, quando necessário, serem atendidas de modo efetivo na rede de atenção psicossocial. Ao final da Marcha, no Largo São Francisco, foram projetadas informações preciosas para o debate contra a guerra as drogas. Frases como: no Brasil 1.202.245 pessoas foram vítimas de homicídio entre 1980 e 2012, a maioria são jovens pobres de 15 a 25 anos, apareceram em um enorme telão projetado num muro de um dos prédios antigos que circundam o Largo. Fonte: panfleto de divulgação da Marcha da Maconha SP 2015, VII CNP.