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Desastre em Mariana (MG): Nota de apoio do CRP SP à populacão afetada, às(aos) psicólogas(os) e aos conselhos de Psicologia de Minas Gerais e Espírito Santo


Publicado em: 19 de novembro de 2015
Créditos: CRP SP
Fotos: CRP SP

O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP SP) solidariza-se com a população dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo atingida pelas consequências penosas do rompimento das barragens de rejeitos de minérios de Fundão e Santarém em Mariana (MG), no dia 5 de novembro de 2015.   Reconhecendo as consequências danosas ao meio ambiente e à população brasileira, assumimos a indignação e o sofrimento vividos nesse momento como de todos nós. Os efeitos subjetivos de experiências como essas são diversos. Estão relacionados à necessidade de reconstrução de formas de ocupação do território, exigindo a produção de novos meios de moradia e trabalho de diferentes populações. Relacionam-se ainda com as possibilidades de organização da população para que possa, de forma consciente, participar e envolver-se como protagonistas nos enfrentamentos necessários para a redução dos danos e riscos à saúde e à vida. Assim, também, é preciso considerar a necessidade de sustentação de formas de participação cidadã, capazes de exigir que sejam responsabilizados os autores da tragédia e que se assumam, pelo protagonismo e pela devida intervenção do Estado, todas as medidas necessárias para reaver os direitos atingidos diante da situação configurada. Envolvem, ainda, a elaboração do sofrimento produzido pela perda dos mortos, feridos e desaparecidos.    Um desastre socioambiental dessa magnitude exige de toda a sociedade mobilização, responsabilidade e compromisso para que sejam tomadas todas as medidas em relação aos riscos e danos que impactarão a sociedade, o meio ambiente e a saúde física e mental das pessoas durante muitos anos.    Sabemos que este desastre soma-se a outros, que tem se repetido, ampliado, diversificado e distribuído no Brasil e no mundo, em franca associação entre formas predatórias de ocupação e exploração da terra e as mudanças climáticas, incidindo de maneira mais drástica sobre populações e ambientes mais vulneráveis. Assim, reforça-se a necessidade de mobilização da sociedade em prol de providências imediatas para evitar essas ocorrências, preparar as populações e as instituições para enfrentá-las, responder a contento e atuar compromissada e efetivamente na reconstrução das condições de vida das pessoas e dos ambientes afetados, valorizando e respeitando saberes e práticas populares e ancestrais que contribuíram, junto com os conhecimentos científicos e tecnológicos modernos a serviço do bem-comum, e não da ganância econômica, que podem tornar nossa sociedade menos vulnerável aos desastres, poupar vidas, reduzir danos e evitar prejuízos.   Colocamo-nos à disposição como apoio necessário da Psicologia em São Paulo à atuação em andamento dos CRPs de Minas Gerais e Espírito Santo, às(aos) psicólogas(os) mobilizadas(os) no atendimento às pessoas afetadas, bem como na resposta e no processo de reconstrução dos locais, das vidas das pessoas e das relações comunitárias e sociais para a superação deste que já é um dos maiores desastres socioambientais enfrentados pelo povo brasileiro.   Às(aos) profissionais da Psicologia que pretendem atuar no atendimento à estas populações recomendamos a leitura da Nota Técnica sobre a atuação de psicóloga(o)s em situações de emergências e desastres relacionadas com a política de defesa civil e a visita à página temática do CRP SP sobre Emergências e Desastres.      Conselho Regional de Psicologia de São Paulo