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27 de agosto - Um manifesto pela pluralidade humana e por um tempo-espaço onde queiramos viver


Publicado em: 27 de agosto de 2020

No dia 27 de agosto, comemoramos 58 anos da regulamentação da profissão de psicólogas/es/os no País. A Psicologia, como a maioria das ciências e profissões, expressa os próprios movimentos da sociedade: quando a sociedade se transforma, as profissões também mudam.

Neste mais de meio século de profissão regulamentada, seguimos percursos muito distintos: estamos nas mais diversas áreas, nas clínicas e consultórios; nas organizações e instituições; nas políticas públicas – saúde, assistência social, educação, trabalho e renda, moradia e habitação, cultura, esporte e lazer; nos direitos humanos – igualdade racial, criança e adolescente, mulheres, LGBTQIA+, pessoas com deficiências, idosas/es/os. Buscamos fazer da Psicologia uma profissão para todo mundo, em que caibam as diferenças, enfrentando as desigualdades.

Em sua gênese, a profissão foi marcada por uma perspectiva adaptacionista, classificando, normatizando e contribuindo para a legitimação de processos de exclusão social, indiscriminadamente. As transformações sociais, a luta por liberdades democráticas e justiça social, reposiciona a Psicologia, convidando a todas as pessoas a repensarem as relações sociais, buscando estratégias de potencialização da existência humana e de acolhimento à dor e ao sofrimento.

Somos e fomos avassalados por um processo de destruição, extermínio e desesperança diante da questão social, cenário acentuado pela atual pandemia que afeta a todas/es/os objetiva e subjetivamente. A marca deste tempo é o adoecimento e a solidão, expressão das mazelas da economia e da política em nossa vida, que constrói sofrimento, transposto a uma ideia de responsabilização individual das “fragilidades” humanas.

Rejeita-se a pluralidade e adotam-se soluções pré-fabricadas, automáticas que contradizem a singularidade humana, massifica-se, deslegitimando histórias, processos e vivências. Ficamos alheios as nossas vidas, as nossas emoções, aos sentimentos, às crenças, aos medos e sonhos. Somos convocadas/es/os a nos afastar dos afetos.

Ou seja, nos afastarmos de quem somos, como pessoas, grupo e povo, e este despertenciamento de nosso tempo-espaço por vezes naturaliza nossa situação social e nossa participação neste processo de coletivização. A conjuntura atual coloca a todas as pessoas tarefas inimagináveis de defender e reafirmar o óbvio: a democracia com igualdade para todas as pessoas, enfrentando opressões estruturais como o classismo, racismo, machismo, capacitismo e etarismo. 

Para isso, precisamos convocar não só a Psicologia, mas, todos os recursos técnicos, científicos e sociais para um projeto de compromisso social, para um modo de vida plural, justo e humano. Toda a sociedade, reunida coletivamente, consciente das contradições que nos determinam, defendendo objetivos comuns, buscando a construção de valores e sentidos sociais, repolarizando as energias globais no humano, na potência humana, na emancipação política e humana de todas as pessoas.

É para isso que serve a Psicologia!

Viva as/es/os profissionais que fazem dos direitos humanos um princípio irrevogável, que constroem uma ética viva, em movimento e atenta às demandas da realidade.

Hoje (27/08), às 17h, acontece a LIVE do Dia da/o Psicóloga/a, "Psicologia nos tempos atuais". Acompanhe!

Confira também a série especial sobre Psicologia e Direitos Humanos publicada pelo CRP SP neste Mês da Psicologia.

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direitos humanos psicologia