Notícias


Núcleos de Moradia e de Movimentos Sociais do CRP SP participam de audiência pública sobre moradia, saúde e segurança pública


Publicado em: 10 de agosto de 2021

A região da chamada Cracolândia, localizada no centro da cidade de São Paulo, é marcada pelo explícito descaso da prefeitura e do governo estadual. Há anos, o Poder Público tem atuado para desapropriar aquela área de maneira autoritária, violenta, patologizante e manicomial, desconsiderando os problemas de saúde pública e coletiva que envolvem a questão da dependência e as formas de cuidado em liberdade, como a redução de danos e o acesso aos direitos e à dignidade.

É também uma região de grande interesse econômico, onde há um histórico de violência contra a população que a ocupa. O modo como o Estado tem agido, em plena pandemia de Covid-19 com despejos de famílias sem acomodação alternativa e adequada; com uso de violência e sem considerar a necessidade de proteção sanitária , viola, ainda mais, o acesso aos direitos básicos que o Poder Público deveria garantir.

Para discutirem essa questão, representantes dos Núcleos de Moradia e de Movimentos Sociais da Subsede Metropolitana do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP SP), a convite da vereadora Silvia Ferraro, da Bancada Feminista, participaram, em 6 de maio, de uma audiência pública da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo, que abordou a problemática da remoção de famílias que vivem na região da Cracolândia.

O encontro reuniu representantes de movimentos sociais, de luta por moradia, representantes do executivo municipal, vereadoras/es e moradoras/es dos locais em risco de despejo ou que já foram despejadas/os, cujas falas foram protagonistas na audiência por se tratarem das/os principais impactadas por políticas de gentrificação. Foram debatidos assuntos de extrema relevância no que diz respeito à luta pela proteção dos Direitos Humanos, englobando uma problemática que envolve o direito à moradia, saúde e segurança pública naquele local.

O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, por entender e reforçar a importância do debate qualificado sobre a questão do álcool e outras drogas, do cuidado em liberdade e da promoção de saúde mental pública e universal, historicamente tem se posicionado em defesa dos Direitos Humanos e pela diminuição das desigualdades sociais, por alternativas de cuidado com pessoas em situação de rua e de dependência química que contemplem suas individualidades e os contextos socioeconômicos em que estão inseridas.

A Psicologia, como ciência e profissão, tem muito a colaborar nos espaços de acolhimento psíquico da população. O exercício da Psicologia deve ser pautado pelos princípios éticos fundamentais que regem a atuação da/o profissional, principalmente no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, e por políticas públicas que garantam o acesso a estes direitos.

#PraTodosVerem: nesta publicação, há um card de fundo branco e moldura nas cores azul e amarela. No centro, está o logo da editoria CRP SP Articula, com a ilustração de três pontos conectados e a ilustração de casas interligadas, representando o direito à moradia.