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27 de Agosto - Psicologia hoje e amanhã, do luto à luta


Publicado em: 27 de agosto de 2021

A Psicologia, enquanto ciência e profissão, possui uma história que hoje, 27 de agosto, completa 59 anos. Nessa trajetória, nos constituímos em matéria diversa, com caminhos diferentes desenhando-se na composição de nossos saberes-fazeres, hoje, invariavelmente nos comprometemos com a população que ensejamos cuidar. Ainda que nossa história nem sempre tenha sido marcada por esse compromisso, por ele é marcada desde as últimas décadas. Tempo quando assumimos que a Psicologia pode e deve estar inserida no jogo de relações que constroem a nossa sociedade, para problematizá-la e indicar rotas de vida mais saudáveis e menos mergulhadas na tirania.

Hoje nos esbarramos com um novo contexto que nos provoca, de extrema expressão da questão social e da desigualdade. Não só pela pandemia de Covid-19, mas também pelas pandemias paralelas que ela evidenciou, como as de pobreza, racismo, machismo e demais desigualdades estruturais. Sair dessas pandemias, portanto, irá demandar de nós um novo sentido coletivo de produção do comum, que, se não for estritamente comprometido com o povo, pode servir apenas à manutenção do sofrimento, tão arraigado nestes tempos.

Para o amanhã, então, o que se revela? O olhar para o sofrimento do agora; a mirada para dias melhores vindouros. Não dias melhores de um “novo normal” que magicamente se sucederá, mas dias melhores derivados da nossa luta, que constrói, com o povo, outros dias possíveis. É tempo, portanto, de relembrar quem somos. Relembrar que somos uma profissão de muitas e muitos na qual o saber-fazer resvala na possibilidade de indicar que, sem uma sociedade justa, não há produção de saúde legítima.

Ou somos uma profissão da libertação, ou não seremos nada na reorganização que a sociedade invariavelmente encontrará. Resta a nós a escolha, muito consciente, de em qual posição queremos estar nessa reorganização: Do lado de quem produz adoecimento, pela via da exploração do humano, ou do lado de quem produz saúde, pela via de modos justos, equânimes e não violentos de conviver? Que a nossa escolha seja, portanto, sempre no sentido da emancipação humana, da defesa de direitos, de políticas públicas que atendam às necessidades do povo, sempre no sentido da produção de uma Psicologia pautada na realidade, implicada, comprometida e libertadora.

O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo parabeniza todas as psicólogas e todos os psicólogos que em seu fazer profissional ajudam a construir e manter uma Psicologia que é para todo mundo e se faz com Direitos Humanos! 

#PraTodosVerem: nesta publicação há um card de fundo branco com, nas laterais, ilustrações de formas geométricas coloridas. No centro, dentro de um círculo amarelo, o símbolo da Psicologia ilustrado na cor laranja e uma flor amarela.