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29 de Janeiro – Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transexuais


Publicado em: 29 de janeiro de 2022

29 de Janeiro é o dia escolhido, pelos movimentos sociais, para marcar a luta pelos direitos das pessoas transexuais, o Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transexuais. Foi nessa data, em 2004, que se iniciou a campanha do Mês da Visibilidade Trans, alusiva à janeiro, pois foi quando ocorreram várias ações sociais e institucionais destinadas a darem visibilidade a esta população que sempre foi tratada à margem da sociedade.

Essa é uma luta que precisa ultrapassar a data da visibilidade e se tornar uma preocupação e uma pauta central no enfrentamento das violências estruturais do país.

A população trans já vivia uma situação de exclusão e isolamento social antes da pandemia de covid-19 nos surpreender. A situação já envolvia sérios problemas de violência cuja vulnerabilidade só se agravou para pessoas trans que sobreviviam do mercado informal, cerca de 90% de pessoas trans e travestis.

Segundo o boletim oficial da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), disponível aqui, o Brasil teve 89 pessoas trans mortas no primeiro semestre de 2021, sendo 80 assassinatos e nove suicídios. Houve ainda 33 tentativas de assassinato e 27 violações de Direitos Humanos.

A pesquisa ainda revela uma piora na saúde mental da população trans, representada no aumento do número de suicídios. Homens trans idealizam mais o suicídio, conforme já apontavam as pesquisas, entretanto são as travestis/mulheres trans – que têm a vida mais precarizada – que mais cometem mais suicídios, com 70% dos casos mapeados em 2020. 

O cenário demonstra a nós a necessidade de não apenas em janeiro enfrentarmos a transfobia e de visibilizarmos as pautas da comunidade trans para além do Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transexuais.

Como dizia Martín-Baró, “Ainda que o psicólogo não seja chamado para resolver tais problemas, ele deve contribuir, a partir de sua especificidade, para buscar uma resposta. Propõe-se como horizonte do seu que fazer a conscientização, isto é, ele deve ajudar as pessoas a superarem sua identidade alienada, pessoal e social, ao transformar as condições opressivas do seu contexto. Aceitar a conscientização como horizonte não exige tanto mudar o campo de trabalho, mas a perspectiva teórica e prática a partir da qual se trabalha” (O Papel do Psicólogo, 1997).

A Psicologia se constrói com a defesa intransigente dos Direitos Humanos. Mais do que nunca, o nosso papel deve ser o de acolher e entender o quanto a discriminação e a violência transfóbica produzem sofrimento.

Neste sentido, o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, reafirmando sua posição contra todas as formas de opressões e em defesa da população trans, compartilha dois materiais orientativos:

1) O “Documento de Orientação CRP 06 n.º 002/2019 A atuação profissional de psicólogas/os no processo transexualizador e demais formas de assistência às pessoas trans”, lançado em 2019, que visa a orientar profissionais de Psicologia para o atendimento ético e acolhedor às pessoas transexuais, travestis e não binárias. Clique aqui e acesse. 

2) A Resolução CFP N.º 01/2018, que estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis. Clique aqui e acesse.

#PraTodosVerem: Nesta publicação há um card de fundo em tons de rosa e azul, com ilustrações de silhuetas de pessoas contornadas com pinceladas rosas e azuis.