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Psicologia celebra 5 anos da Resolução que criou normas de atuação em relação às pessoas trans e travestis


Publicado em: 3 de fevereiro de 2023

Em evento realizado na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília, no último dia 30, psicólogas/os comemoraram os 5 anos da aprovação da Resolução CFP nº 01/2018, que orienta as/os profissionais da Psicologia a atuarem de modo que as identidades trans não sejam consideradas patologias. O evento é parte das celebrações do Dia Nacional da Visibilidade Trans - 29 de janeiro, e também contou com o lançamento do Prêmio João W. Nery “Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans”.

O psicólogo e conselheiro do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, Caru de Paula (CRP 06/136173), esteve presente na atividade e destacou que este foi um momento histórico, não apenas pelo lançamento do Prêmio João W. Nery e pela comemoração dos 5 anos da Resolução do CFP. “Mas também porque conseguiu juntar um número expressivo de profissionais da Psicologia que se identificam como transexuais e travestis para construir diretrizes e sugestões ao CFP [Carta de Propostas ao Sistema Conselhos de Psicologia] com relação às práticas psicológicas voltadas à população transexual e travesti brasileira”, diz.

A Resolução CFP 01/2018 determina que psicólogas/os devem atuar de forma a contribuir para a eliminação da transfobia e orienta que as/os profissionais não favoreçam qualquer ação de preconceito ou discriminação de pessoas transexuais e travestis. Reforça, ainda, que psicólogas/os, durante sua atuação profissional, não podem ser coniventes e nem omissos perante à discriminação e não devem utilizar instrumentos ou técnicas psicológicas para criar, manter ou reforçar preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminações em relação às pessoas transexuais e travestis.

Para Caru de Paula, a participação e o envolvimento de profissionais trans e travestis mostra “o compromisso de psicólogas/os enquanto categoria com a garantia de direitos e saúde mental para nossa população que são os transexuais e travestis”. Para nós é “fundamental que as práticas da Psicologia não reiterem as violências de gênero e as violências lgbtfóbicas como um todo, mas que também não compactuem com as violências racistas e etnocidas, entre tantas outras, que estamos a combater”, conclui.