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Giros Descoloniais: nos últimos 200 anos, muitas doenças deixaram de ser fatais. O preconceito, não.


Publicado em: 29 de novembro de 2024

Campanha do Conselho Federal de Psicologia propõe conscientização quanto aos desafios enfrentados por pessoas racializadas

Os Giros Descoloniais são parte da campanha “Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências-Brasis”, realizada pelo Conselho Federal de Psicologia e que teve como tema central a violência de gênero. Sua etapa Sudeste ocorreu em 25/10, no Espaço Cultural Brejo das Sapas, em Belo Horizonte, e foi promovida no âmbito da Campanha Nacional de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia.

Entre as participantes da região Sudeste estiveram a conselheira Magna Damasceno (CRP 06/66384), coordenadora da Subcomissão Estadual Mulheres do CRP SP; Maria Sueila Ferreira (CRP 06/145164), integrante da Comissão Gestora da Subsede Sorocaba e membra das comissões de Direitos Humanos e de Relações Étnico-Raciais e da Subcomissão Estadual Mulheres; e Marta Eliane de Lima (CRP 06/94890), conselheira membra das comissões de Relações Étnico-Raciais e de Direitos Humanos.

No cenário contemporâneo da Psicologia, a discussão sobre descolonização ganha cada vez mais espaço, indicando a necessidade de práticas sensíveis às realidades culturais, sociais e raciais da população brasileira. A importância da descolonização está no fortalecimento de uma Psicologia que reconheça as especificidades e os desafios enfrentados por mulheres e grupos racializados.

A racialização é um processo social em que certas características são interpretadas de forma a classificar pessoas em “raças”, estabelecendo assim hierarquias e estigmas. Grupos racializados são aqueles que, em determinados contextos sociais e históricos, foram categorizados, estereotipados e tratados de maneira diferenciada em função de características físicas ou culturais, como cor de pele, etnia ou origem.

No Brasil, a racialização afeta sobretudo populações negras e indígenas, que enfrentam desvantagens históricas e estruturais, como acesso desigual a serviços de saúde, à educação e a oportunidades econômicas. Esses grupos são reconhecidos não apenas por suas características culturais ou sociais, mas frequentemente a partir de preconceitos e estereótipos que reforçam desigualdades.

A Psicologia, ao reconhecer o impacto dessas construções, busca desenvolver práticas e abordagens que enfrentem o racismo e promovam a igualdade e inclusão, além de ampliar a compreensão das diferentes vivências e identidades culturais de forma não hierárquica e respeitosa.

O encontro em Belo Horizonte permitiu que refletíssemos sobre as origens do nosso conhecimento e contribuiu para a compreensão de questões de gênero e raça, favorecendo a inclusão e a valorização de saberes tradicionais que, como a descolonização, estão profundamente ligados aos Direitos Humanos. É essencial que psicólogas e psicólogos entendam a Psicologia como uma ciência que pode e deve questionar as práticas coloniais enraizadas e estar sempre comprometida com uma transformação social que respeite e amplifique as vozes das populações negras e indígenas, além de desconstruir estereótipos historicamente impostos.

A participação do CRP SP em tal evento marca mais um passo na promoção de uma Psicologia comprometida com a equidade, a pluralidade e o respeito à diversidade cultural do país. A descolonização, nesse contexto, torna-se uma diretriz essencial para que a Psicologia no Brasil continue a evoluir como uma ciência e uma prática verdadeiramente inclusiva.

No âmbito da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do CRP SP, a Subcomissão Estadual Mulheres e a Comissão Especial Relações Étnico-Raciais (Crer) realizaram ações conjuntas que foram apresentadas no encontro do Sudeste. A primeira delas foi o resgate/compilação do histórico das ações relacionadas à pauta de enfrentamento ao racismo e sexismo ao longo dos 50 anos do CRP SP. Outra importante ação foi a realização de duas oficinas orientativas à categoria e a estudantes de Psicologia, com o tema “Psicologia, Mulheres e Violências: o que a/o psicóloga/o precisa saber?”, ocorridas na Subsede Campinas no formato on-line e na Subsede Sorocaba de forma presencial. Realizou-se também uma roda de escuta com mulheres de movimento social da região norte de Sorocaba que atuam no enfrentamento da violência de gênero, objetivando problematizar seus impactos na saúde metal das mulheres e discutir como a Psicologia, como ciência e profissão, poderia contribuir/se implicar no campo da descolonização.

As ações realizadas no CRP SP foram nomeadas de “pré-Giros” e terão continuidade nesta gestão, vinculadas à CDH, à Crer e à Subcomissão Mulheres, devido ao impacto positivo que tiveram sobre as participantes. Essas atividades se consolidaram como espaços fundamentais para promover a reflexão sobre questões de gênero e raça na Psicologia, fortalecendo o compromisso com uma prática descolonizadora. A continuidade das ações pré-Giros representa o compromisso em manter um espaço permanente de diálogo e formação, contribuindo para que a Psicologia ocupe, de forma crítica e inclusiva, os mais diversos espaços de atuação, e responda às demandas sociais contemporâneas com uma perspectiva ética e transformadora.

 

#ParaTodosVerem
Imagem 1 - Card quadrado com grafismos em verde, marrom, vermelho, amarelo e azul na margem inferior e superior. Ao centro, imagem da conselheira Marta Eliane de Lima junta a demais participantes do Giros Descoloniais. Elas estão posando juntas diante de um banner. No rodapé, logo do CRP SP junto ao selo de cinquenta anos da autarquia. (fim da descrição)

Imagem 2 - Card quadrado com grafismos em verde, marrom, vermelho, amarelo e azul na margem inferior e superior. Ao centro, imagem da conselheira Marta Eliane de Lima junta a outra participante do Giros Descoloniais. Elas estão posando juntas em uma sala. No rodapé, logo do CRP SP junto ao selo de cinquenta anos da autarquia. (fim da descrição)
 
Imagem 3 - Card quadrado com grafismos em verde, marrom, vermelho, amarelo e azul na margem inferior e superior. Ao centro, imagem das representantes do CRP SP juntas a demais participantes do Giros Descoloniais. Elas estão posando juntas diante de um banner. Da esquerda para a direita; Magna Damasceno, Maria Sueila Ferreira, Marta Eliane de Lima e outra palestrante. No rodapé, logo do CRP SP junto ao selo de cinquenta anos da autarquia. (fim da descrição)

Imagem 4 - Card quadrado com grafismos em verde, marrom, vermelho, amarelo e azul na margem inferior e superior. Ao centro, imagem de uma mesa coberta com um tecido branco. Há desenhos, palavras e mensagens escritas no tecido. Sobre a mesa, há materiais de artesanato como miçangas, fios, tintas, pincéis e canetas, além de outros elementos decorativos. No rodapé, logo do CRP SP junto ao selo de cinquenta anos da autarquia. (fim da descrição)


Termos relevantes
direitos humanos