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#CRPSPNaMidia: CRP SP alerta sobre o uso da inteligência artificial no contexto da Psicologia
Publicado em: 17 de dezembro de 2024
O CRP SP foi fonte de informações para duas matérias sobre o uso de inteligência artificial no contexto da Psicologia. As entrevistas, nas duas ocasiões, foram concedidas por Talita Fabiano de Carvalho (CRP 06/71781), conselheira presidenta do CRP SP.
Em 1º de dezembro, a matéria “Terapia por inteligência artificial”, publicada no jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, abordou o aumento da procura por aplicativos que oferecem os serviços de atendimento psicológico com o uso desta tecnologia. A reportagem aponta que isso tem sido mais comum entre as pessoas mais jovens.
Talita afirmou que não é possível comparar uma intervenção psicológica tradicional com aquela feita pela inteligência artificial. Explicou que sentimentos e percepções humanas que causam empatia, solidariedade e compaixão não podem ser transferidos para nenhum programa de computador: “a inteligência artificial é programada para dar respostas fechadas a partir de estímulos e comportamentos esperados”. E seguiu: “ela não é programada para entender expressões faciais, tonalidade e intenção da voz, os comportamentos não verbais.”
No dia 11 de dezembro foi a vez do jornal Estadão publicar a matéria “Brasileiros usam ChatGPT para fazer terapia; especialistas alertam para riscos”.
A reportagem mencionou o levantamento “A Inteligência Artificial na Vida Real”, da empresa de pesquisa de comportamento e mercado Talk Inc, que ouviu mil pessoas no Brasil. O estudo mostrou que uma em cada dez relatou usar ferramentas baseadas em IA para lidar com questões pessoais e emocionais.
Em entrevista, Talita novamente ressaltou que a/o psicóloga/o analisa muitas coisas além do que a/o paciente diz, diferente da inteligência artificial que está programada para responder àquilo que o usuário escreve. Explicou que a psicoterapia não se resume à aplicação de métodos e conhecimento científico, mas envolve também interação humana. “Você traz uma situação que está vivenciando, e eu utilizo todo o conhecimento e as técnicas que tenho para te ajudar. Mas, além disso, também sou um ser humano te ouvindo”, disse.
Talita ainda chamou atenção para a produção de sofrimento na sociedade: “as desigualdades sociais e os preconceitos são os maiores produtores de sofrimento. E as tecnologias não são programadas para fazer esses atravessamentos”.
Reforçou que, ainda que a pessoa escreva o que está sentindo, o chatbot não tem ciência sobre sua cor, seu gênero, onde vive e quais são suas vivências anteriores. “Essa complexidade que produz sofrimento profundo e forja a nossa subjetividade não é captada pelas tecnologias da informação e inteligência artificial”, defendeu, concluindo que “não dá para chamar as consultas à máquina de terapia”.
Leia as matérias completas:
Terapia por inteligência artificial – Diário da Região – São José do Rio Preto
Brasileiros usam ChatGPT para fazer terapia; especialistas alertam para riscos - Estadão
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Card quadrado, fundo branco com a ilustração de megafone roxo ao centro. (fim da descrição)