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10 de setembro - Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio


Publicado em: 10 de setembro de 2020

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, 10 de setembro, foi criado em 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde com a finalidade de que países adotem estratégias de enfrentamento ao assunto. 

Segundo as entidades, a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio. No Brasil, o suicídio ocupa o quarto lugar no ranking de causas de mortes entre os mais jovens.

Segundo a OMS, os países gastam, em média, apenas 2% de seus orçamentos de saúde em saúde mental. Poucas pessoas têm acesso aos serviços de saúde mental e em países de baixa e média renda, mais de 75% das pessoas que estão em sofrimento ou situações de vulnerabilidade não recebem nenhum cuidado, acompanhamento e/ou tratamento. Além disso, a discriminação, o estigma e as violações de direitos são mais comuns. 

Neste mês de setembro, são apresentados dados epidemiológicos sobre suicídios e várias ações são realizadas com a proposta de valorização da vida no país. De fato, o tema é muito delicado e exige ser tratado com muito respeito e serenidade por todos os profissionais e a sociedade civil, e os dados também são importantes subsídios para a efetivação de políticas públicas. Entretanto, são muitos os casos de subnotificações no país, seja por questões morais, vergonha e medo do estigma social, dentre outras razões. 

Neste contexto, ainda não existe um sistema nacional que integre dados e uma não compreensão por parte dos profissionais que estão na linha de frente, o que evidencia a necessidade do investimento em políticas públicas e em práticas preventivas diárias - em todos os meses do ano - para debater e cuidar de um problema social tão complexo que envolve toda a sociedade. 

Neste ano de 2020 estamos passando por uma crise que vai além de sanitária e que coloca em evidência as violações dos direitos sociais, as inúmeras realidades e como cada uma é afetada pela pandemia. Estamos diante de um aumento do adoecimento psíquico por conta das incertezas diárias, do genocídio, racismo, capacitismo, machismo, LGBTQIA+fobia, etarismo, bullying, desemprego, patologização e medicalização da vida, que impactam as vidas de grande parcela da população. 

Neste sentido, é urgente e necessário o questionamento de como promover acolhimento, saúde e acesso de qualidade para todas as pessoas.

Incentivar a prevenção ao suicídio é fazer valer os cuidados em saúde mental, o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial, o enfrentamento ao desmonte e precarização de políticas públicas como SUS e SUAS, o cuidado em liberdade e a redução de danos, a valorização do ECA, a aprovação do Fundeb, a efetivação da LBI. 

O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo se posiciona na defesa da promoção de saúde por meio de orientações e diálogos permanentes junto à categoria e a sociedade, para tornar efetivo o princípio fundamental II do Código de Ética da/o Psicóloga/o, que diz: “O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

O enfrentamento ao suicídio é um compromisso cotidiano e social de todas e todos, compreendendo que as subjetividades são impactadas diretamente por uma lógica capitalista e aponta para a importância de ressignificar e lutar em defesa de uma vida digna, justa, equânime, promovendo cuidado, autonomia e ética às pessoas. 

Psicologia é para todo mundo e se faz com direitos humanos.