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12 de agosto - Engajamento juvenil e os olhares a partir da Psicologia


Publicado em: 12 de agosto de 2020

Estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 12 de agosto de 1999, o Dia Internacional da Juventude completa 21 anos com o desafio de conscientizar as/os jovens sobre seu papel para um futuro melhor para todas/os e favorecer o protagonismo juvenil.

A cada ano, a data traz um assunto específico. Em 2020, o lema é “Engajamento Juvenil para Ação Global, que, segundo a própria ONU, “busca destacar as maneiras pelas quais o engajamento dos jovens em nível local, nacional e global está enriquecendo instituições e processos nacionais e multilaterais, bem como tirar lições sobre como sua representação e engajamento na política institucional formal podem ser significativamente aprimorados.” Há exemplos da ação de jovens ativistas nos quatro cantos do mundo engajados na luta em defesa do meio ambiente, contra as desigualdades sociais e pela adoção urgente de medidas políticas para melhorar a educação entre tantas outras.

No contexto da pandemia, falar sobre as/os jovens é também considerar que boa parte delas/es que estuda ou combina estudos com o trabalho no mundo está sendo afetada/o pelo fechamento das escolas e universidades. E para aquelas/es jovens que constituem a população de baixa renda a educação à distância está comprometida pela falta de acesso à internet e a computadores.

Diante deste cenário complexo, é necessário abordar a saúde mental – capacidade de tomar decisões em relação à própria vida, organizar-se interiormente e organizar o que está em volta - tornou-se uma das principais preocupações do século atual; e o olhar, cada vez mais cuidadoso com relação ao tema, possui embasamentos estatísticos. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% entre 2009 e 2019. Entre adolescentes e jovens, os dados são mais alarmantes: a OMS estima que um a cada cinco adolescentes enfrenta problemas de saúde mental e que o suicídio é a segunda maior causa de morte entre indivíduos de 15 a 29 anos de idade. No Brasil, entre 2015 e 2018, atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) a jovens entre 15 e 29 anos com depressão cresceram 115% no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. 

Para falar de “Engajamento Juvenil para Ação Global”, o tema  escolhido pela ONU para 2020 recomenda-se, em primeiro lugar, falar sobre juventudes, não juventude. 

A pluralização do termo contribui para reforçar a heterogeneidade de formação e condição de vida desses indivíduos, com respeito a tais diferenças. No contexto brasileiro, refletir e agir com relação à saúde mental das juventudes significa principalmente lutar por uma sociedade com maior equidade. 

Tal destaque é necessário à medida que as desigualdades sociais, assim como o racismo, o genocídio da população negra nas periferias urbanas, o temor pela violência policial, o machismo, a LGBTQIA+fobia e tantas outras formas de preconceito e violência, desequilibram a saúde mental e desencadeiam, entre outros problemas, ansiedade e depressão. 

Desse modo, políticas públicas que diminuam e combatam as disparidades são o primeiro passo para reverter tal problema estrutural. Além disso, é preciso ampliar o atendimento psicológico gratuito a jovens de baixa renda e divulgar cada vez mais a terapia psicológica como uma das possibilidades para o bem-estar integral de um ser humano. 

É importante ainda concretizar a inserção do ensino de Psicologia no Ensino Médio na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de forma a articular esses conhecimentos com as dimensões política, econômica, social e cultural da vida de modo crítico e criativo, bem como potencializar o desenvolvimento da empatia e de habilidades inerentes à inteligência emocional.


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